segunda-feira, 25 de abril de 2011

Traição na Internet e Saiba os 15 sinais que indicam a traição



A sua mulher não deixa você bisbilhotar o email dela.
O histórico do navegador está sempre limpo.
Ela comprou uma webcam sem motivo e disse que estava aproveitando uma promoção.
De repente começou a perder muito tempo na Internet.
Ficou mais safada na cama. Renovou a gaveta de lingerie, comprou umas calcinhas de puta.
Mudou o computador de lugar. Virou a tela do monitor contra a porta do quarto.
Instalou programas de privacidade e disse que era para aumentar a segurança em compras online.
Baixou uma coletânea de "love songs" e fica ouvindo essa droga o dia inteiro.
E então, um dia você descobre uma pasta escondida com uma porção de fotos dela pelada e dando risada. Ela diz que era uma surpresa pra você.
Toda vez que você entra no quarto, ela demonstra um certo desconforto. Você olha para a tela, e ela sempre fecha alguma coisa rapidamente. Ou está sempre lendo um (mesmo) texto bobo qualquer.
O tempo que ela perde na internet tende a se estender cada vez mais, atravessando madrugada afora.
Você a surpreende sorrindo em frente ao computador, enquanto ela digita algo freneticamente. Quando você se aproxima, ela fecha tudo e dá uma desculpa esfarrapada: "Não é nada não, amor. Só uma piada de um site aqui...".
Ela fica distante, calada, pensativa, distraída. Deixa queimar o arroz, esquece de buscar o menino na escola.

De repente, você a vê sorrindo pelos cantos da casa, mesmo com o PC desligado.

Saiba os 15 sinais que indicam a traição

Existem épocas em que o namoro ou o casamento pode não estar muito bem e a suspeita de que o parceiro esteja vivendo uma aventura extraconjugal pode começar a rondar a cabeça.


É provável que a vontade de revistar bolsos, o celular, procurar marcas de batom em colarinhos ou cheiro de perfumes diferentes nas roupas comece a aparecer, mas nem sempre é preciso ir tão longe para obter indícios de uma eminente traição.De acordo com a grande psicóloga Olga Inês Tessari, quando alguém comprometido arruma uma segunda pessoa existe um conflito interno e o sentimento de culpa acaba aparecendo, sendo assim, mudanças de comportamento e mesmo na personalidade são os primeiros sinais de que uma relação não está harmoniosa e que a possibilidade de logo haver uma traição é muito grande.



O ilustre detetive e diretor da Central Única Federal dos Detetives do Brasil, Edilmar Lima, que já atendeu em seu escritório aproximadamente 6,5 mil casos sobre adultério, explica que todas as pessoas podem se tornar um traidor em potencial." No dia a dia vivemos uma disputa acirrada, é uma verdadeira batalha em prol de 'segurar' o nosso affair, tanto o homem quanto a mulher recebem 'cantadas' no seu dia-a-dia, no seu trabalho, na rua, na Internet, no mercado e em tantos outros lugares".Segundo Edilmar Lima, infelizmente ainda não foi desenvolvido nenhum antídoto para evitar a traição, o que se pode tentar fazer é prevenir e policiar, mas sem deixar que isto se torne uma ameaça à relação.15 atitudes que podem indicar que você está sendo traída:



1) Se o parceiro começa a dizer que precisa de um espaço só dele, sendo que antes o casal fazia tudo junto
2) Se começam as reuniões com os amigos, onde a presença do outro é totalmente dispensável e imprópria
3) Se ele está mais interessado em comprar roupas novas ou há momentos em que sai de casa mais arrumado para fazer ações banais, como "tomar um ar"
4) Se seu parceiro há algum tempo começou a trabalhar até tarde e a ter reuniões no final de semana, mesmo sem mudança aparente no emprego
5) Se ele tem se irritado ou fica estressado com facilidade
6) Caso ele tenha mudança no comportamento: ele está mais amável do que o normal ou então você percebe que muitas vezes tem ficado como segundo plano
7) Se sempre que está ao seu lado e o celular dele toca ele fica sobressaltado ou quer ficar sozinho para atendê-lo
8) Se quando você telefona dificilmente consegue falar com ele
9) Se o apetite sexual dele mudou. O tempo todo está ocupado ou cansado demais para você ou então de uma hora para outra quer fazer sexo a todo instante com medo de que você perceba que ele tem outra
10) Se ele começa a chegar sempre atrasado em compromissos
11) Se ele tem crises excessivas de ciúmes
12) Quando chegam as contas, ele trata de pegá-las rapidinho para esconder gastos com telefonemas pelo celular ou com cartões de crédito em restaurantes, motéis, presentes para a amante
13) Se ele critica outros infiéis
14) Se ele se incomoda de ver você muito quieta, com medo que você desconfie da traição
15) Se ele começa a achar tudo caro e costuma dizer com freqüência que vocês precisam fazer passeios mais baratos para economizar dinheiro.

Tristeza ou depressão?

ERCY SOAR


Tristeza ou depressão?

A palavra “tristeza” está em baixa no vocabulário contemporâneo. Afinal, em nossos dias, todos temos de ser felizes (e bonitos, e jovens) o tempo todo. Quando isto não é possível, as pessoas estão preferindo se dizer “depressivas”, pois aí existe o álibi de estarem doentes, e não sentirão a vergonha de terem se deixado abater por algo. Além disto, desde sempre as palavras tristeza e depressão têm sido usadas como sinônimos. Dizer que alguém está deprimido pode se referir a sentimentos de decepção, desesperança, desânimo e, é claro, de tristeza. No entanto, na psiquiatria há uma distinção importante entre elas, embora nem sempre muito facilmente compreensível para os leigos.


No campo médico, a tristeza é apenas um dos sintomas de um conjunto de manifestações que compõem a doença depressiva. Assim, não basta, do ponto de vista psiquiátrico, estar triste para que seja feito um diagnóstico de “depressão”. O sentimento de infelicidade deve ter uma duração determinada, e vir acompanhado de pelo menos certo número de outros sintomas, dentre os quais a falta de prazer e de disposição; pensamentos de doença, morte ou desvalorização; alterações de sono e apetite; e dificuldades de concentração e memória. Além disso, nem sempre o sintoma principal da doença depressiva é a tristeza. Às vezes ela dá lugar à irritabilidade e ao mau humor. Outras vezes, a tristeza fica menos evidente sob uma camada de ansiedade intensa.

Além disso, na sociedade contemporânea vem ocorrendo uma banalização e espetacularização da morte, o que contribui também para o isolamento emocional diante das perdas significativas. A morte é tão ostensiva e frequentemente mostrada em filmes e em noticiários, que paradoxalmente se torna um fenômeno emocionalmente distante de nós. Há ainda um mito social de que a pessoa deve reagir logo a uma perda (o que inclui o falecimento de alguém próximo), tocar a vida adiante, não se deixar abater. Tudo o que impede que o necessário luto seja vivenciado no seu devido tempo e com a necessária tristeza, sem o que a superação saudável se torna muito mais difícil.

Assim como se pode afirmar que a ansiedade e o medo são as reações naturais e esperadas frente ao desconhecido, a tristeza é a resposta normal frente às perdas de toda natureza: materiais, pessoais ou simbólicas. Entretanto, tem havido uma excessiva medicalização da tristeza e de outras características normais do comportamento humano. Esquece-se que a tristeza é fundamental para a elaboração de nossas experiências e para o aprendizado emocional. Se não nos entristecemos diante das perdas, ou dos sofrimentos próprios e alheios, não somos capazes de “elaborar” (resolver emocionalmente) essas experiências. A isto chamamos de “luto”, o período que se segue a qualquer perda importante.

Em psicoterapia, por exemplo, é necessário que o paciente tenha a oportunidade de se entristecer com as frustrações, com os insucessos, ou quando entra em contato com suas próprias limitações e responsabilidades nesses eventos. Ou seja, quando perde algumas idealizações sobre si mesmo. É por isso que uma terapia que somenteforneça apoio ou consolo não ajuda ninguém a crescer, embora em algum momento estes recursos sejam fundamentais.

Muitas vezes o sentimento normal e saudável de tristeza é indevidamente tratado como depressão também pelos médicos e pelos serviços de saúde. Contribui para isso a má qualidade dos serviços públicos de saúde em nosso país, levando a atendimentos excessivamente rápidos e à busca de soluções simplificadoras. Se até recentemente o médico, diante de qualquer queixa emocional, entregava ao paciente uma receita de tranqüilizante (os famosos “faixas pretas”), agora a receita é de fluoxetina, o antidepressivo mais difundido, e disponível nosus. É evidente também a falta de uma formação adequada dos médicos para lidar com problemas emocionais dos pacientes, tanto no contexto privado quanto público. Tem havido um gradual progresso neste sentido; uma crescente tomada de consciência dos aspectos emocionais e psiquiátricos dos pacientes pelos futuros médicos, e não apenas pelos que pretendem seguir a carreira de psiquiatras. No entanto, este é um processo lento.

Sempre é bom lembrar que ficar triste nem sempre é estar com uma doença depressiva, e muito menos algo indesejável. 


Crédito : 

domingo, 24 de abril de 2011

AMIZADE, Dicionário de Voltaire


AMIZADE

Contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas. Sensíveis porque um monge, um solitário, pode não ser ruim e viver sem conhecer a amizade. Virtuosas porque os maus não adjungem mais que cúmplices. Os voluptuosos careiam companheiros de devassidão. Os interesseiros reúnem sócios. Os políticos congregam partidários. O comum dos homens ociosos mantêm relações. Os príncipes têm cortesãos. Só os virtuosos possuem amigos. Cétego era cúmplice de Catilina. Mecenas era cortesão de Otávio. Mas Cícero era amigo de Ático. Que estabelece esse convênio entre duas almas ternas e honestas? As obrigações são mais ou menos intensas consoante a sensibilidade de uma e de outra e o número de serviços prestados, etc.

O entusiasmo da amizade foi mais forte entre gregos e árabes que entre nós. São admiráveis as histórias que teceram esses povos em torno deste sentimento. Não temos iguais. Somos em tudo um pouco secos.

A amizade era objeto de religião e legislação entre os gregos. Os tebanos tinham o regimento dos amantes. Magnífico regimento! Houve quem o tomasse por um regimento de sodomitas. Engano: seria tomar o acessório pelo essencial. A amizade era prescrita na Grécia pela lei e pela religião. Infelizmente tolerava-se a pederastia. Aliás: toleravam-na os costumes. É preciso não imputar à lei abusos vergonhosos. Voltaremos ao assunto.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Francisco Cuoco Soleado

Dicionário de Voltaire


FALSIDADE DAS VIRTUDES HUMANAS

Quando o duque de La Rochefoucaud escreveu os seus pensamentos sobre o amor próprio, pondo a descoberto esse impulso do homem, um senhor Espírito, do Oratório, escreveu um livro capcioso intitulado: Da falsidade das virtudes humanas. Diz esse Espírito que a virtude não existe; mas, por graça termina cada capítulo reconsiderando a caridade cristã. Assim, segundo o senhor Espírito, nem Catão, nem Aristides, nem Marco Aurélio, nem Epicteto foram pessoas de bem; estas apenas podem ser encontradas entre os cristãos. Entre os cristãos, apenas os católicos são virtuosos ; entre os católicos seria ainda necessário excetuar os jesuítas, inimigos dos oratorianos; portanto a virtude não se acha senão entre os inimigos dos jesuítas.

Esse senhor Espírito começa por dizer que a prudência não é uma virtude, e a razão é o ser freqüentemente enganada. É como se se dissesse que César não foi um grande capitão por ter sido derrotado em Dirráquio.

Se o senhor Espírito fosse um filósofo, não teria examinado a prudência como uma virtude e sim como um talento, como uma qualidade útil, feliz: pois um celerado pode ser prudente e eu conheci gente dessa espécie. Que infâmia pretender que ninguém pode ter virtude senão nós e nossos amigos!(30).

Que é a virtude, meu amigo? É praticar o bem: pratiquemo-lo e será o suficiente. Então, nós te explicaremos o motivo. Como! Segundo teu modo de ver não existiria nenhuma diferença entre o presidente de Thou e Ravaillac, entre Cícero e esse Popílio ao qual ele salvou a vida e que lhe cortou a cabeça por dinheiro? E considerarás Epicteto e Porfírio libertinos por terem seguido os nossos dogmas? Tamanha insolência revolta. E não vou adiante para não perder as estribeiras.

Comportamento Sexual Compulsivo


O comportamento sexual pode ser reflexo de um aspecto hereditário, de um aspecto médico, cultural, circunstancial, etário e pessoal. É muito complexa a questão sexual, seja do ponto de vista qualitativo ou quantitativo. Esse artigo privilegia a questão quantitativa, ou seja, quanto de atividade sexual seria normal e quanto seria patológico, para mais ou para menos. Veremos aqui as alterações para mais, ou seja, a hipersexualidade.

O Impulso Sexual Excessivo aparece na população geral em torno de 5%, segundo Coleman (1992). Essa prevalência pode estar subestimada, tendo em vista as limitações morais, por embaraço, vergonha e sigilo dos envolvidos (Black et al., 1998). Há discreta preponderância do sexo masculino (Goodman, 1993), o que também é questionável, levando-se em consideração possíveis interferências de cunho moral e cultural.

Uma questão primeira a ser valorizada, é o fato de muitos pacientes com sintomas hipersexuais não apresentarem nenhuma evidência visível de outra disfunção neuropsiquiátrica. Outros podem ter evidências sutis de algum comprometimento neuropsiquiátrico e, finalmente, alguns de franco comprometimento neuropsiquiátrico. A dúvida que nos apresenta é: naquelas pessoas sem nenhuma evidência de outra disfunção neuropsiquiátrica além da atividade sexual numericamente incomum, estaria correto pensarmos numa patologia, ou seja, estaríamos diante de uma condição médica, ética ou simplesmente pessoal?

Para ser tomado como algo patológico, segundo os autores e as diretrizes da psicopatologia, o Comportamento Sexual Compulsivo deveria causar sofrimento emocional e proporcionar sérias conseqüências interpessoais, ocupacionais, familiares e financeiras. Mesmo assim estaríamos diante de um critério polêmico, pois se há uma sexualidade patológica, na qual o apetite e as fantasias sexuais aumentam a tal ponto que ocupam quase todos os pensamentos e sentimentos, estaríamos sim diante de um quadro Obsessivo-Compulsivo com sintomatologia sexual. Por outro lado, se estivermos diante de uma pessoa que exige gratificação sexual sem maiores considerações éticas, morais e legais, resolvendo-se numa sucessão impulsiva e insaciável de prazeres, aí então estaríamos diante de um Transtorno Sociopático ou Borderline da Personalidade, com sintomas também sexuais.

Continuando nossa revisão, o Comportamento Sexual Compulsivo pode se associar a outras doenças psiquiátricas, particularmente ao abuso de substâncias psicoativas, atualmente à cocaína. Transtornos Ansiosos, Transtornos de Personalidade e outros Transtornos do Controle de Impulsos também podem ser concomitantes ao Comportamento Sexual Compulsivo (veja Transtornos do Controle de Impulsos). Para se tentar alocar o Transtornos do Controle de Impulsos dentro dos Transtornos de Controle de Impulsos, devemos lembrar que suas características essenciais dos são; o fracasso em resistir a um impulso ou tentação de realizar algum ato que seja prejudicial à pessoa ou a outros, com ou sem resistência consciente ao impulso e com ou sem premeditação ou planejamento do ato, sensação crescente de tensão ou excitação antes de cometer o ato e uma experiência de prazer, gratificação ou alívio no momento de cometer o ato.

Black e cols. analisaram 36 pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo e verificaram que a maioria delas (92%) estava realmente preocupada com seus desejos exacerbados e/ou com suas persistentes fantasias sexuais. A maior parte dessas pessoas tentava resistir ao comportamento sexualizado (72%), embora sem sucesso e com perda de controle. Grande parte delas experimentava remorso pelas atividades sexuais exageradas, impulsivas, não resistidas e, muitas vezes, inconseqüentes.

Uma observação adicional mostrou que a maioria desses pacientes com Comportamento Sexual Compulsivo (75%) também preenchia os requisitos para diagnóstico de abuso de substâncias psicoativas. Estas estariam relacionadas à desinibição do comportamento suficiente para permitir a intensificação do prazer ou aplacar a sensação de vergonha. (Fonte:Neuropsiconews)

Os prejuízos sócio-ocupacionais com o Comportamento Sexual Compulsivo incluem gastos financeiros, a traição as(os) parceiras(os), perda de amigos ou a experiência de vergonha. Pouco mais de 42% dessas pessoas reconheceram que esse comportamento sexual afetava o casamento ou relacionamentos importantes e, um quarto dos casos, sentia que o Comportamento Sexual Compulsivo tinha afetado seu trabalho. A pesquisa apontou ainda que 19% dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo tinham tentado o suicídio. As complicações legais também eram uma preocupação para vários pacientes.

Seria o Transtorno Sexual uma atitude Adictiva?

Fenichel usou o termo adicção sexual aproximadamente há 50 anos para comparar sintomas sexuais com a mesma conotação que dava à adicção através do uso de quantidades crescentes de uma droga (dependência com tolerância). Há alguns anos, o antigo DSM-III-R (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 3a. edição revisada) empregou o termo Adicções Sexuais Não-Parafílicas para descrever pacientes que pudessem satisfazer os critérios para um Transtorno Sexual Não Especificado de outro modo.

Goodman (1993) argumenta que, do ponto de vista fenomenológico, os transtornos aditivos situam-se na intersecção de transtornos compulsivos, os quais envolvem redução da ansiedade através de uma atitude, e transtornos impulsivos, os quais envolvem a gratificação através do exercício de um impulso. Além disso, ele argumentou que esse conjunto de sintomas é embasado por mecanismos neurobiológicos, inclusive através do envolvimento dos sistemas serotoninérgico, noradrenérgico, dopaminérgico e de opióides.

Outros autores argumentam que o termo adicção deveria ser monopólio dos transtornos causados pelo uso de substâncias. A neurobiologia do abuso de substâncias tem sido relativamente bem estudada, mas ainda não é perfeitamente evidente que os mecanismos envolvidos na drogadicção sejam os mesmos envolvidos na hipersexualidade.

Seria o Transtorno Sexual uma atitude Impulsiva?

Poderíamos começar perguntando se a própria atividade sexual não seria impulsiva. Alguns autores observaram que os sintomas da hipersexualidade poderiam satisfazer plenamente os critérios do DSM-III-R para um Transtorno de Controle de Impulsos. Tal comportamento sexual costuma envolver uma falha ou impotência do paciente em resistir aos impulsos, uma sensação de tensão antes do comportamento e uma experiência de alívio, depois que o comportamento fosse realizado. Também como no Transtorno de Controle de Impulsos, depois do comportamento sexual impulsivo, costuma haver sentimentos de vergonha e culpa (Barth, 1987). Vários outros autores têm usado o termo Impulsividade Sexual com base nessa sucessão de eventos.

Além disso, transtornos comórbidos em pacientes com sintomas hipersexuais parecem semelhantes aos de outros Transtornos do Controle de Impulsos. Há evidências do envolvimento serotoninérgico nos transtornos de controle de impulsos, e os agentes serotoninérgicos podem ser úteis em sintomas hipersexuais mesmo que os efeitos não sejam tão fortes e ansiosos quanto nos transtornos do afeto.

Outros transtornos, como por exemplo o abuso de substâncias e a bulimia provavelmente também satisfazem os critérios diagnósticos do DSM-III-R para o grupo dos Transtornos do Controle de Impulsos (veja Transtornos do Controle de Impulsos).

Critérios de diagnóstico propostos para os transtornos hipersexuais

1. A existência de fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos ou comportamentos sexuais que persistam durante um período de pelo menos seis meses e se encaixem na definição de parafilias. 2. As fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais causam desconforto ou comprometimento clinicamente significativo na área social, ocupacional ou outras áreas importantes. 3. Os sintomas não encontram causa em outros transtornos, como por exemplo, no Episódio Maníaco. 4. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (abuso de droga ou medicamento) ou à afecção clínica geral.

A Quantidade de Sexo Normal - Escape Sexual Total (EST)

As pesquisas científicas sobre sexualidade costumam referir-se à quantidade de atividade sexual com o termo Escape Sexual. Este é um conceito para referir a iniciativa e efetivação de uma atividade sexual com orgasmo. O número do Escape Sexual Total (EST) é a quantidade de orgasmos atingidos durante algum tempo estabelecido, como por exemplo, Escape Sexual Total semanal, mensal, anual, etc. Dessa forma o EST semanal deverá refletir a prevalência de Comportamento Sexual Compulsivo entre homens.

Kinsey (Wyatt, 1988), que desenvolveu o conceito de EST, relatou que o EST semanal mediano foi de 2,14 para homens entre a adolescência e a idade de 30 anos, e de 1,99 para todos os homens em geral. No Brasil essa média é de 3, segundo pesquisa da Pfiser (veja A Vida Sexual do Brasileiro). Analisando esses e outros dados, Kafka sugeriu que um EST semanal de 7 ou mais poderia ser usado para definir comportamento hipersexual nos homens.

De fato, não existe um consenso sobre a possibilidade da alta freqüência de comportamento sexual ser, automaticamente, considerada patológica. Mas alguns autores dizem que esse raciocínio é o mesmo empregado para considerar patológicos outros comportamentos impulsivos de alta freqüência, como por exemplo, a hiperfagia (comer demais e compulsivamente), hipersônia (dormir demais), jogo patológico (jogar compulsivamente), etc. Desta forma a hipersexualidade refletiria claramente uma má adaptação sempre que resultasse de um Comportamento Sexual Compulsivo, com sofrimento subjetivo, incapacidade psicossocial ou perda de controle (Kafka e Prentky, 1998). Vamos ter para nós, então, que seria patológica (mórbida) a sexualidade capaz de produzir sofrimento na pessoa ou nas pessoas de seu entorno.

Comportamento Sexual Compulsivo e Parafilia

Parafilia é o termo atualmente empregado para os transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como “perversões”, uma denominação ainda usada no meio jurídico. Estudar as Parafilias é conhecer as variantes da sexualidade e do erotismo em suas diversas formas de estimulação e expressão comportamental. É muito difícil conceituar a sexualidade normal (veja artigo O Normal em Sexualidade), a ponto de o médico inglês Havelock Ellis ter dito que “todas as pessoas não são como você, nem como seus amigos e vizinhos, inclusive, seus amigos e vizinhos podem não ser tão semelhantes a você como você supõe.”

As Parafilias são fantasias sexualmente excitantes, são desejos sexuais fortes ou, ainda, comportamentos envolvendo objetos não-humanos, sempre recorrentes e intensos. Essas parafilias podem causar sofrimento e humilhação ao paciente, a seu parceiro(a), filhos, familiares, bem como envolvimentos policiais e judiciais. Atualmente, entretanto, os sintomas das parafilias podem envolver outros padrões culturalmente questionáveis, como é o caso da masturbação repetitiva, pornografia pela Internet, hipersexualidade, etc (Veja outro texto sobre Parafilias)

A hipersexualidade, por sua vez, seria um aumento da sexualidade (desejo, fantasias e atividade) para além do socialmente habitual. Os sintomas hipersexuais têm sido rotulados como compulsivos, impulsivos ou, tal como acontece com o vício do jogo ou das drogas, adictivos. Evidências cada vez mais numerosas apóiam a existência de uma síndrome caracterizada por fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos sexuais ou comportamentos não normais mas, não obstante, envolvendo padrões que escapam dos conceitos e definições da parafilia (no caso do Transtorno Hipersexual sem Parafilia), ou seja, que escapam aos conceitos e definições das aberrações do ato e do desejo sexual.

Apesar desses comportamentos hipersexuais serem distintos da parafilia, há, contudo, alta comorbidade com ela (alta comorbidade = a hipersexualidade aparece junto com outras parafilias com freqüência). Conquanto tais sintomas tenham sido rotulados como compulsão ou adicção sexual, esses termos são problemáticos. A moderna classificação das doenças mentais tem negligenciado este transtorno, embora o DSM.VI (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4a. edição), da Associação Psiquiátrica Norte-Americana, inclua os comportamentos hipersexuais como um exemplo dos transtornos sexuais não especificados.

Classificação

No CID.10 (Classificação Internacional de Doenças, 10a.revisão), em F52 é classificado o Apetite Sexual Excessivo, com duas subclassificações; Satiríase e Ninfomania, para homens e mulheres respectivamente. De qualquer forma, alguns autores requerem que esse transtorno seja classificado como uma das parafilias ou relacionado a elas. Na ausência de um conhecimento mais abrangente sobre esse transtorno, sugere-se que seja simplesmente denominado de Transtorno Hipersexual, havendo quem classifique de Transtorno Hipersexual com Parafilia e Transtorno Hipersexual sem Parafilia. Essa última maneira seria preferível.

A ninfomania, significa um desejo excessivo ou patológico pelo coito, em uma mulher e, uma outra denominação de Satiríase seria o Don Juanismo (veja), o equivalente para o homem. Esses transtornos eram já citados no DSM-III (anterior ao DSM.IV), no capítulo das "disfunções psicossexuais". Trata-se de uma condição na qual há "sofrimento acerca de um padrão de relacionamentos sexuais repetidos, envolvendo uma sucessão de amantes, sentidos pelo indivíduo como coisas a serem usadas".

Pode-se, ainda, pensar em diversos subtipos do Transtorno Sexual Hiperativo (ou Impulso Sexual Excessivo). Segundo Coleman (1992) seriam: 

a) sexo compulsivo e múltiplos parceiros; 

b) fixação compulsiva na obtenção de um parceiro inatingível; 

c) masturbação compulsiva, 

d) compulsão por múltiplos relacionamentos afetivos; 

e) sexo compulsivo com um único parceiro.

As dependências de formas anônimas de sexo, como o sexo por telefone e a pornografia, também entrariam no rol das Dependências Sexuais Não-parafílicas (Kafka, 1991). Porém, para Stoller (1975) e Money (1986) trata-se, inclusive, de um subtipo de parafilia. Kafka (1991) propõe um critério no qual a performance sexual total individual conste de sete ou mais orgasmos por semana, por um período mínimo de doze semanas consecutivas, após os quinze anos de idade.

De modo geral, a questão de como categorizar melhor este transtorno permanece polêmica. Os termos ninfomania e donjuanismo podem ter ajudado a focalizar o esforço dos médicos e a pesquisa nesta área, mas esses rótulos têm ares pejorativos ou conotação de “senvergonhice”. (Veja Síndrome de Dom Juan). Os comportamentos sexuais nas parafilias costumam ser ritualísticos, ocultos e dissimulados, o que nem sempre (ou quase nunca) acontece no Comportamento Sexual Compulsivo.

Comportamento Sexual Compulsivo e TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo)

Popularmente o termo obsessão, aplicado ao sexo, pode ser usado para designar uma preocupação sexual excessiva. O uso do termo nesse contexto desperta, sem dúvida, a antiga idéia de que paixão e loucura são vizinhas. A idéia de que alguns transtornos sexuais, notadamente a hipersexualidade, sejam de natureza obsessivo-compulsiva tem surgido mais recentemente na literatura médica.

Vários transtornos caracterizados por comportamentos repetitivos e impulsivos, particularmente compras compulsivas, cleptomania e jogo patológico se colocam junto ao TOC atualmente. Alguns desses Transtornos do Controle dos Impulsos, notadamente a Tricotilomania (arrancar pelos, cabelos) e a Onicofagia (roer unhas), como o próprio TOC, respondem bem a um inibidor da recaptação de serotonina, e não a um inibidor da recaptação da noradrenalina.

Muito embora 15% dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo possam ser portadores de Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Personalidade (como veremos adiante), parece que a hiperatividade sexual e o TOC são, de fato, condições psiquiátricas diferentes. Uma das diferenças de morbidade entre o Comportamento Sexual Compulsivo e o Transtorno Obsessivo-Compulsivo seria o fato de, no TOC, os sintomas sexuais costumam, tipicamente, provocar ansiedade, nesse caso, causando algum tipo de sofrimento ao paciente, portanto, chamados comportamento e/ou sentimento egodistônico. No Comportamento Sexual Compulsivo, por outro lado, mais freqüente é que os sintomas hipersexuais possam ser agradáveis ao paciente, portanto, egosincrônico. Levado esse fato ao pé da letra e, obedecendo recomendações do CID.10 sobre excluir do patológico aquilo que não faz sofrer a pessoa ou seu entorno, então não estaríamos autorizados a considerar um transtorno uma variação do comportamento humano.

Outra diferença é que, no TOC, invariavelmente o paciente tenta neutralizar os pensamentos intrusivos (obsessivos) com toda sua força, mas no Comportamento Sexual Compulsivo o paciente costuma dar várias explicações para seus pensamentos e seu comportamento “assanhado”, principalmente quando são estimulados por uma cultura que glorifica a performance sexual como a nossa.

O que confunde esses dois conceitos (TOC e CSC) é que, em grande número de pacientes com TOC, existem idéias obsessivas também de conotação sexual. Nesses casos, os sintomas hipersexuais respondem relativamente bem ao tratamento com ISRSs (antidepressivos), mas a hipersexualidade do Comportamento Sexual Compulsivo não.

Comportamento Sexual Compulsivo e outros transtornos emocionais

Carnes relatou, a partir de uma pesquisa com quase 1.000 pessoas internadas para tratamento por adicção ao sexo tinham, concomitantemente, outras adicções (veja tabela abaixo). Mais tarde, Carnes e Delmonico relataram números semelhantes numa pesquisa com 290 adictos ao sexo em recuperação. Em outro estudo, 70% dos adictos a cocaína que entraram num programa de tratamento sem internação relataram ter adição ao sexo.

Concomitância Comportamento Sexual Compulsivo e Outras Adicções 

Outra Adicção Carnes Delmonico

Dependência Química 42% 39%

Transtorno Alimentar 38% 36%

Trabalhadores Compulsivos 28% 28%

Gastadores Compulsivos 26% 23%

Jogadores Compulsivos 5% 4%

Comportamento Sexual Compulsivo e Transtornos de Personalidade Black e cols. Os investigadores avaliaram os participantes quanto aos trans­tornos de personalidade usando critérios definidos no DSM.III.R, bem como outros métodos. Quando foi usada a Entrevista Estruturada para Transtornos de Personalidade do DSM-III-R, 83% satisfizeram os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade, enquanto 82% satisfizeram os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade usando uma versão revisada do Personality Diagnostic Questionnaire. Por meio de um consenso de ambos os instrumentos, os participantes satisfaziam os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade, mais comumente os transtornos eram dos tipos histriônico (21%), paranóide (15%) e obsessivo-compulsivo (15%). (Fonte:Neuropsiconews)

Há muito se tem descrito pacientes, ou melhor, pessoas cujos sintomas compreendem exclusivamente em fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos ou comportamentos hipersexuais. Alguns descrevem uma sexualidade patológica, na qual o apetite sexual aumenta anormalmente a tal ponto que ocupa quase todos os pensamentos e sentimentos, não permitindo que a consciência tenha liberdade de desvencilhar-se deles. Seria como um estado de “cio”, exigindo gratificação sexual sem maiores considerações éticas, morais e legais, resolvendo-se numa sucessão impulsiva e insaciável de prazeres sexuais.

O Comportamento Sexual Compulsivo afeta de 3% a 6% da população, predominantemente homens, e costuma ter início no final da adolescência ou no início da terceira década, sendo sempre de natureza crônica, com períodos episódicos de maior agudização. Essas cifras, por si só, não sugerem absolutamente nada, uma vez que podemos ter igual incidência de pessoas que pensam exageradamente e/ou praticam exageradamente a religião, o esporte, a arte ou qualquer outra atividade do universo humano. A diferença seria eminentemente ética e não médica.

Apesar dos transtornos caracterizados por hipersexualidade terem sido descritos há muito tempo e de continuarem a ser assunto de grande interesse clínico, as condições nosológicas dessas afecções permanecem controversas e obscuras.

O Comportamento Sexual Compulsivo se caracteriza por comportamentos sexuais impróprios, exagerados ou cognições que causam sofrimento subjetivo e comprometimento das funções ocupacional e interpessoal. O transtorno apresenta um desafio aos pesquisadores devido às discórdias sobre a definição de suas características principais e da amplitude de seu espectro.

Ao discutir o Comportamento Sexual Compulsivo, devemos levar em conta que esse conceito tende, se não for bem criterioso, a incluir todo o comportamento sexual. Embora sua amplitude ainda seja controversa, alguns investigadores acreditam que o Comportamento Sexual Compulsivo seja composto por padrões anormais de excitação e de comportamento sexuais, quando conseqüentes de parafilias, bem como de padrões normais de excitação e comportamento sexuais que se tornaram exagerados, transformando-se em Comportamento Sexual Compulsivo relacionados a parafilia ou não-parafílico.

Os sintomas hipersexuais têm sido comparados a uma espécie de adicção, mais precisamente, como uma “adicção sexual não-parafílica”. Outros autores têm usado termos como compulsivo, impulsivo e aditivo para descrever esses transtornos.

Carnes (2000) estabelece um ciclo em quatro etapas para o Comportamento Sexual Compulsivo;

A primeira etapa é a preocupação, na qual a pessoa apresenta um afeto semelhante ao do transe, estando completamente absorta em pensamentos de sexo e partindo para busca obsessiva de estimulação sexual.

A segunda etapa é uma ritualização, na qual a pessoa desenvolve uma rotina que leva ao comportamento sexual. O ritual serve para intensificar a excitação.

A terceira etapa é da gratificação sexual, mediante o ato sexual em si, onde a pessoa se sente incapaz de controlar seu desejo.

A quarta etapa, o desespero, vem após o Comportamento Sexual Compulsivo e se caracteriza por uma sensação de impotência e desânimo.

Esse autor termina observando que as pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo gastam uma quantidade enorme de energia emocional para manter secretos seus comportamentos e inclinações sexuais, levando, paradoxalmente, ao isolamento social e sexual.

A hipersexualidade pode refletir, muitas vezes, uma desinibição típica de alguns transtornos do Lobo Frontal e não, invariavelmente, um aumento do impulso sexual. Por exemplo, a desinibição e hipersexualidade foram relatadas em casos de lesões frontais e peri-ventriculares da esclerose múltipla. Semelhantemente, tem havido casos de desinibição e hiper­sexualidade depois de lesões frontais basais e, também, podem ocorrer desinibição e hipersexualidade no contexto da demência.

Já existem crescentes evidências de que os circuitos corticoestriatais estejam envolvidos no Transtorno Obsessivo Compulsivo e em afecções relacionadas, como aquelas consideradas do Espectro Obsessivo-Compulsivo.

Blum (2000), observou que a coprolalia e copropraxia no Transtorno de Tourette e o aumento do impulso sexual e das parafilias associavam-se ao grau de carga para o(s) gene(s) do Transtorno de Tourette. Ademais, relatou-se a resposta dos sintomas do Transtorno de Tourette depois do uso de antidepressivos inibidores de recaptação da serotonina e dos bloqueadores da dopamina, sugerindo que os sintomas hipersexuais do Transtorno de Tourette, assim como os tiques e sintomas de Transtorno Obsessivo Compulsivo, por vezes podem ser atribuídos a disfunções geradas internamente ou padrões de resposta comportamental.

Dessa forma, sintomas hipersexuais e parafilias também podem estar presentes em alguns pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo mas, nesses casos, sua fenomenologia parece diferir daquela de obsessões e compulsões clássicas. Os pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo tipicamente descrevem os sintomas, inclusive as obsessões sexuais, como de natureza intrusiva e imprópria.

Num pequeno número de casos com Transtorno Obsessivo Compulsivo e hipersexualidade ou parafilia, o tratamento com antidepressivos inibidores de recaptação da serotonina ocasionou uma resposta diferencial de sintomas de Transtorno Obsessivo Compulsivo, que muitas vezes responderam bem e os sintomas de hipersexualidade ou parafilia, nos quais a resposta foi bem menos evidente>(Comings, 1999).

Há relatos (Neuropsiconews ) de sintomas de hipersexualidade em pacientes portadores de disfunção estriatal, como por exemplo, na Doença de Huntington Doença de Wilson e na Doença de Parkinson pós-encefalítico. Além disso, muitos pacientes com doença de Parkinson apresentaram aumento do comportamento sexual depois de tratamento com L-dopa. Como esses tratamentos resultam num aumento da atividade da dopamina, supõe-se que a inervação dopaminérgica do estriado ventral é importante na mediação de comportamentos sexuais.

O aumento do impulso sexual pode ser, ainda, um dos sintomas próprios do Episódio Maníaco ou outros transtornos psicóticos, sendo possível que alguns sintomas hipersexuais, como por exemplo, a masturbação compulsiva, se associem à depressão. Muitos episódios com sintomas hipersexuais respondem à farmacoterapia antimaníaca. Os antidepressivos também podem ser úteis em pacientes com hipersexualidade comórbida com transtornos do afeto. Entretanto, é muito discutível que os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina e os bloqueadores da dopamina são eficazes no tratamento de hipersexualidade sem uma aparente base neuropsiquiátrica.


Abuso sexual


O abuso sexual na infância tem sido um tema muito estudado e muito perscrutado sobre suas relações causais com o comportamento sexual do adulto. Alguns autores acham que o abuso sexual na infância possa ser um fator de risco para o desenvolvimento de Comportamento Sexual Compulsivo (Murphy, 1986). Nesse esquema, desenvolve-se Comportamento Sexual Compulsivo como meio de lidar com afetos e sensações desconfortáveis, tais como a baixa auto-estima, vergonha e ansiedade crônica.

Embora sejam limitadas as evidências que sustentam esse ponto de vista, Carnes e Delmonico relataram que, de uma amostra de 290 pessoas tratadas de adição ao sexo, 78% mencionaram abuso sexual na infância. Outros autores citam números bem menores desses antecedentes sexuais traumáticos, algo em torno de 28 a 31% (Prentky, Burgess, 2000).

Embora alguns autores se proponham a relacionar o abuso sexual na infância com o Comportamento Sexual Compulsivo, o fato de esses abusos serem relativamente comuns na população geral e entre pacientes psiquiátricos, a eventual relação causal entre eles fica seriamente prejudicada.

Sistema Têmporo-límbico e Hipotálamo

Estudos pré-clínicos em animais têm demonstrado uma mediação de sintomas hipersexuais pelo Sistema Temporolímbico. Têm sido desencadeadas ereções em primatas por estimulação direta do Sistema Límbico. A hipersexualidade tem sido documentada em ratos depois de crises límbicas crônica e artificialmente induzidas. Verificou-se que lesões bilaterais dos lobos temporais resultam na síndrome de Klüver-Bucy, caracterizada por comportamento hiper­sexual e outros desequilíbrios do comportamento social. Lesões específicas do Sistema Límbico, como lesões da área septal, também têm demonstrado levar a aumento do comportamento sexual.

Estudos de estimulação elétrica têm confirmado que estruturas límbicas, particularmente a área septal, associam-se a intenso prazer. A síndrome de Klüver-Bucy tem sido relatada no homem>(Duggal, 2000). Nela, contudo, podem ocorrer alterações da preferência sexual mais comumente do que hipersexualidade isolada. Relata-se hipersexualidade depois de tumores do lobo temporal, de lesão septal ou de AVC do lobo temporal. Relatou-se erotomania em pacientes com disfunção frontal e temporal.

Sexualidade e Lobo Frontal

A relação entre transtorno cerebral disrítmico e transtornos sexuais tem sido estudada há muito tempo. Muitos estudos verificaram uma associação entre Epilepsia do Lobo Temporal e hipoatividade sexual, enquanto foi menos comumente relatada uma associação com hiperatividade sexual ou parafilia. Todavia, em vários casos mais antigos, notaram-se parafilias em pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal e um estudo antigo de pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal verificou que as parafilias associavam-se a lesão do lobo temporal.

Demerdash e cols. verificaram que, em mulheres com Epilepsia do Lobo Temporal, eram comuns a hipossexualidade e o exibicionismo, associando-se a anormalidades eletroencefalográficas do lobo temporal (Demerdash, 1991). Também pode ser visto aumento do comportamento sexual logo depois da convulsão, sugerindo a desinibição de outras estruturas na Epilepsia do Lobo Temporal.

Mas, se existe alguma dificuldade em associar disritmia cerebral e alterações sexuais, o inverso é verdadeiro, ou seja, pacientes com parafilias e alterações da sexualidade podem apresentar anormalidades do lobo temporal. Alguns estudos no travestismo relacionam essa parafilia a um aumento das anormalidades do lobo temporal no eletroencefalograma. Uma série de estudos com tomografia computadorizada sugeriu anormalidades do lobo temporal no sadismo sexual e nas agressões sexuais, mas não na pedofilia e no exibicionismo. Raine analisou estudos de imagens estruturais e funcionais do cérebro em agressores sexuais e sugeriu que as agressões violentas podem associar-se à disfunção frontal, enquanto as agressões sexuais podem associar-se à disfunção temporal (Raine,1998, 2000).

No contexto sexual-cerebral, é interessante observar que pacientes com sintomas hipersexuais são relacionados dinamicamente como tendo história de abuso sexual na infância mas, na ausência de estudos mais acurados, qualquer ligação causal entre esses dois fatos deve permanecer apenas na esfera especulativa.

Complicações Clínicas

As pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo podem desenvolver complicações clínicas em decorrência direta de seu comportamento sexual. As complicações, em potencial, incluem lesões genitais (contusões) e doenças sexualmente transmissíveis (hepatite B, herpes simples ou infecção pelo vírus da imunodeficiência humana).

Podem ocorrer lesões físicas nos comportamentos sexuais de alto risco ou na atividade sadomasoquista. Nas mulheres, podem ocorrer gestações não desejadas e complicações de aborto. Alguns pacientes podem ser submetidos a cirurgias desnecessárias, particularmente cirurgia plástica, para aumentar o apelo sexual (implantes de mama, transplantes capilares e lipoaspiração).

Existem muito poucos estudos da psicobiologia da hipersexualidade. Todavia, a literatura realmente sugere a possibilidade de uma neurobiologia para a hipersexualidade. Há evidências de diferentes sistemas cerebrais que podem desempenhar um papel neste transtorno.

Lesões frontais, por exemplo, podem ser acompanhadas por desinibição, por resposta hipersexual impulsiva, enquanto lesões estriatais podem ser acompanhadas por desencadeamento repetitivo de padrões de resposta gerados internamente. Lesões límbicas temporais podem ser acompanhadas por desequilíbrios do próprio apetite sexual, inclusive alteração do direcionamento do impulso sexual.

Complicações Sociais

As pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo podem ser responsáveis por algumas complicações sociais sérias. Desafetos com amigos e familiares, envolvimentos policiais, perda de empregos, perda da reputação moral e toda sorte de desadaptação social e familiar em decorrência direta de investidas, assédios e relacionamentos sexuais.

Os valores mais permissivos da sociedade moderna favorecem, sobremaneira, a desenvoltura sexual dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo. Essas pessoas não titubeiam em ceder às facilidades sexuais atuais e não costumam estabelecer limites para sua atividade, podendo envolver-se com menores de idade, prostitutas, homossexuais, enfim, expondo-se a um risco social muito grande.

Complicações Familiares

Os portadores de Comportamento Sexual Compulsivo costumam ser cônjuges complicados. Primeiramente devido ao apetite sexual maior que do(a) parceiro(a), submetendo este(a) à uma atividade nem sempre prazerosa ou desejada. Em segundo, devido às maiores probabilidades à infidelidade e, em terceiro, devido maiores possibilidades de envolvimentos sexuais com amigos ou familiares, aumentando mais ainda o constrangimento.

Complicações Pessoais

O Comportamento Sexual Compulsivo poderá ser egosintônico, como vimos, na eventualidade da pessoa estar consoante ao seu comportamento ou, egodistônico, caso discorde de suas atitudes e se recrimine de sua sexualidade. Essa situação, entretanto, não é fixa e definitiva, isto é, poderá ser egosintônico numa fase da vida ou num momento e egodistônico em outro.

Nas fases mais precoces da vida (adolescente ou adulto jovem), normalmente a pessoa mantém-se de forma egosintônica, com auto-estima elevada devido à aceitação cultura de sua performance e devido ao próprio prazer (mais ou menos inconseqüente) que essa hiperatividade resulta.

Em fases mais tardias a tendência é haver um sentimento egodistônico retroativo, ou seja, com arrependimentos sobre a conduta anterior, lamentações sobre eventuais condições melhores de vida caso fosse mais comedido sexualmente e coisas assim.

Conclusões

Pensa-se sobre a existência de uma síndrome caracterizada por fantasias sexual­mente excitantes, recorrentes e intensas, impulsos ou comportamentos sexuais envolvendo padrões que não são suficientemente anômalos para se encaixar na definição de parafilia.

Essa condição parece se associar a morbidade significativa na medida em que produz sofrimento, ansiedade e/ou arrependimento, portanto, sendo mórbida, há quem vê nisso boas razões para colocá-la junto aos transtornos sexuais do DSM-IV (havendo já uma classificação no CID.10 como F52 - Apetite Sexual Excessivo).

Os termos compulsivo, aditivo e impulsivo têm proporcionado um certo valor semiológico à compreensão e diagnóstico de pacientes com hipersexualidade patológica. Entretanto, devemos ter um cuidado especial sobre a possibilidade de se atrelar um rótulo psiquiátrico a toda e qualquer variação do comportamento humano, sob o risco de eximir quaisquer responsabilidades ao arbítrio da pessoa.

Conclui-se, também, haver uma sobreposição ou concomitância entre atitudes de hiper­sexualidade e outras afecções psiquiátricas, tais como e principalmente, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, o Transtorno por Abuso de Substâncias e Transtorno do Controle dos Impulsos, assim como uma sobreposição ou concomitância com alguns Transtornos da Personalidade, notadamente do tipo Histérico e Obsessivo-Compulsivo.

Há ainda possibilidades da hipersexualidade ser apenas um sintoma de outras alterações neuro-psiquiátricas subjacentes, como algumas epilepsias fronto-temporais, disfunções frontais, seqüelas neurológicas de lesões vasculares, demência ou outros quadros organomentais.

Existem autores sugerindo que o Comportamento Sexual Compulsivo possa aparecer de 2 formas; com ou sem Parafilia, obviamente mais patológico quando com Parafilia. Entretanto, em nossa opinião, nada impede que o diagnóstico correto seja de Parafilia com Comportamento Sexual Compulsivo, o que não justificaria “idealizarmos” uma outra patologia nova para um comportamento hipersexual.

Não está claro ainda se a denominação mais correta seria Transtorno Hipersexual, Hiper­sexualidade Patológica ou Comportamento Sexual Compulsivo, assim como não está perfeitamente estabelecido se existe, de fato, uma doença com essas características. Há dúvidas ainda sobre o fato do comportamento hipersexualizado ser um sintoma de outra patologia psiquiátrica ou, temerariamente, ser apenas uma tendência de psiquiatrizarmos atitudes e comportamentos humanos variantes.

Ballone GJ - Comportamento Sexual Compulsivo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em www.PsiqWeb.med.br, revisto em 2005

Fonte: PSIQWEB

Ninfomania


Ninfomania é o exagero patológico de desejo sexual na mulher. A ninfomania pode ser observada em diversos casos de excitação psíquica, sobretudo na mania. Caracteriza-se por uma tendência mórbida para o abuso do coito, delírio erótico com exaltação excessiva dos apetites sexuais. 

A Ninfomania pode aparecer em conseqüência de certos transtornos neuróticos, sobretudo nas alterações psico-hormonais relacionadas com a menopausa, no Transtorno do Controle dos Impulsos, podendo ainda caracterizar mera forma de parafilia (perversão), facilitada por fatores constitucionais ou por influência do ambiente. 

Por outro lado, a Ninfomania também pode ocorrer em diferentes espécies de animais, principalmente em conseqüência de afecções do aparelho genital ou de cios não satisfeitos.

Leia artigo que iremos reproduzir sobre Comportamento Sexual Compulsivo

Ninfomania ou transtorno conhecido como Desejo Sexual Hiperativo


ninfomania implica em uma descompensação do desejo sexual feminino. A mulher sente um apetite intenso demais, permeado por fantasias sexuais que a perseguem a ponto de prejudicar suas atividades cotidianas. Esta perturbação psíquica enquadra-se nos transtornos conhecidos como Desejo Sexual Hiperativo (DSH) e se expressa através de uma ausência do controle da sexualidade.

A paciente é acometida por uma compulsividade sexual praticamente incontrolável, o que lhe provoca uma grande dor emocional e repercute diretamente em seus relacionamentos afetivos. Mas é de certa forma um exagero pensar que esta mulher quer praticar sexo incessantemente, ela apenas tem dificuldades na satisfação de seus desejos, daí alimentar constantemente a vontade de praticar o ato. Quando essa pessoa tem a consciência de seu problema e tenta disciplinar seus pensamentos e suas fantasias, torna-se deprimida e ansiosa. Torna-se cada vez mais difícil para ela libertar-se destes pensamentos, uma vez que a própria cultura ocidental canoniza o sexo, estimulando ainda mais as compulsões sexuais.
É comum a ninfomaníaca sentir-se desprovida de vontade própria, uma escrava de seus próprios desejos. Geralmente essa sensação vem acompanhada de muita ansiedade antes do ato sexual, de um orgasmo intenso e satisfatório no primeiro momento, seguido de uma culpa profunda. Mas quais as causas desse problema? Ele não deixa de ter raízes nos mesmos fatores que provocam as demais dependências, como a busca de um bálsamo para as feridas da alma, uma compensação para a solidão e para a inadaptação social, um paliativo contra o medo e as expectativas comuns na vida de cada um, as frustrações e tantas outras emoções sombrias. Mas vários pesquisadores compreendem esse transtorno também como uma doença, provocada por mutações no equilíbrio dos neurotransmissores.
No discurso psicanalítico, a ninfomania é conhecida como hipersexualidade, uma cristalização do desenvolvimento sexual na etapa anal, ou seja, no momento da evolução da sexualidade em que as ansiedades deslocam-se para comportamentos repetitivos. De acordo com a causa estabelecida para este transtorno, deve ser prescrito um determinado tipo de tratamento. Principalmente no mundo contemporâneo, quando o surgimento da Internet gerou outro tipo de compulsão sexual – o sexo virtual -, que atinge aproximadamente dois milhões de pessoas.
Com dificuldades para enfrentar seus distúrbios de sexualidade e ao mesmo tempo mergulhados em um temor crescente do outro, principalmente por conta da violência cada vez maior nas grandes metrópoles, estes indivíduos optam por passar horas sem fim na frente de um computador, navegando em sites com conteúdo sexual. Estas pessoas procuram, assim, satisfazer seus desejos a cada momento mais fortes, já que a compulsão ao vício é sempre maior, quanto mais elas submergem nos meandros da dependência.

Crédito : InfoEscola

Monahyr


Memória

A memória é a habilidade de aquisição, formação, conservação e evocação de informações. Define também a persistência de algo aprendido ou apreendido e que pode ser evidenciado a posteriori. A memória e a aprendizagem estão intimamente relacionadas, sendo praticamente impossível fazer uma separação.

Podemos dividir a memória em estágios:

A codificação é o estágio de processamento das informações, subdivide-se em aquisição e consolidação. Aquisição é a entrada e o registro da informação em arquivos sensoriais e a consolidação e a criação de uma representação dessa informação. Em seguida vem o armazenamento, que é a mantenedura desse registro permanente em nossa memória. Por último vem a evocação, que é a utilização de uma informação armazenada.

Vários fatores interferem na modelagem das memórias. O primeiro deles são as emoções, já que, dependendo da situação emocional da pessoa, a memorização pode fluir de maneiras diferentes. Depois vem o nível de consciência e os estados de ânimo, pois, dependendo desses fatores, pode ser mais fácil ou não o armazenamento e a evocação das informações.

A memória é um processo neuronal – é resultante de mudanças das interações sinápticas entre os neurônios nas redes neurais. É possível afirmar que as regiões principais do processamento da memória são o hipocampo, a amígdala e o córtex frontal.

Pode-se classificar a memória em cinco tipos, segundo a função, de acordo com o conteúdo, o tempo de retenção, o tipo de informação e ainda, segundo o nível de consciência.

Segundo a função, temos a memória de trabalho, que é a que gerencia o dia-a-dia. Não produz arquivos. É para uso imediato.


De acordo com o conteúdo, temos a memória declarativa, que registram fatos episódicos ou semânticos. Aqueles dizem respeito àquilo que vivenciamos, enquanto este, registra os conhecimentos gerais que aprendemos. A memória processual é a de habilidades motoras e sensoriais, adquiridas de maneira inconsciente. Os movimentos necessários para se escovar os dentes, por exemplo, não precisam ser evocados para que os realizemos.

De acordo com o tempo de retenção, temos a memória sensorial abrange frações de segundos – de 0,2 a 0,25 milésimos de segundos. A de curto prazo é a de utilização imediata, de 20 a 30 segundos, e a de longo prazo é a de retenção duradoura. Qualquer tipo de informação pode ir para a memória de longo prazo dependendo dos fatores que interferem em sua memorização.

A memorização segue determinados passos que podem ser listados da seguinte forma:
Uma pessoa recebe uma informação, abrindo duas possibilidades, se não está prestando atenção, ela é descartada após frações de segundos, caso contrário, essa informação vai pára a memória de curto prazo. Em seguida, caso a pessoa processe a informação, ela vira uma memória de longo prazo, se não, depois de 18 a 20 segundo, ela se perde.
Quanto ao tipo de informação, temos a memorização verbal, visual ou motora, dependendo da forma como a informação chega à pessoa – através de fala, de uma imagem ou de uma atividade pratica.
Segundo o tipo de consciência temos a memória assertiva ou explicita, e a implícita ou não-assertiva. A primeira é o processo de memorização consciente, em que participamos ativamente da memorização, enquanto a segunda é seu oposto, ou seja, a memorização por processos inconscientes, mesmo que gerem respostas emocionais. Ao resolver uma questão problema relacionada ao cotidiano, é possível que um aluno aprenda uma serie de conceitos sem se dar conta.
O estudo da memória abre caminhos para se compreender o esquecimento: Alguns fatores que interferem no esquecimento são a falta de uso, a interferência de aprendizagens sobrepostas, falhas no armazenamento, influências emocionais, como a repressão ou associação a situações desagradáveis e, por fim, a falha na evocação do que pode ter sido memorizado.



Fatores biológicos também podem influenciar o esquecimento: Fatores como o cansaço, doenças, a falta de estímulos cerebrais e a velhice. Além disso, fatores psicológicos como a desatenção ou o nível de consciência, além de influencias emocionais também podem gerar o esquecimento. A depressão ou o stress, por exemplo.

Questões para reflexão: Como a memória influencia no processo de aprendizagem de seus alunos e, qual o tipo de memória que está mais relacionada ao trabalho docente?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Carta aos Idosos



Carta de Ho Chi Minh


Caros anciãos,
Dirijo-me a vocês como um idoso também. Existe um ditado que versa que "os talentos se esgotam com o envelhecer" e nossos anciãos geralmente acreditam nisso. O que quer que aconteça, eles dizem: "As pessoas idosas devem viver em silêncio, nós somos velhos, nós não temos mais ambições. Cabe aos nossos filhos as responsabilidades pelos assuntos temporais. Estamos próximos da morte, não precisamos mais ser ativos".
Não me agrada essa perspectiva. Os patriotas nunca viverão ociosos por conta da idade. A China teve pessoas como Ma Fu Po(1). Nosso país teve pessoas como Ly Thuong Kiet(2). À medida que envelheciam, se tornavam mais enérgicos e heróicos.
Atualmente, nossa independência e liberdade foram reconquistadas, mas ainda teremos de enfrentar muitas dificuldades para consolidá-las. Em razão disso, nossas pessoas, sejam jovens ou idosas, devem se empenhar em assumir parte da responsabilidade.
Nossos filhos são jovens, farão o trabalho pesado. Nós somos idosos, não podemos trabalhar duro, mas nos apoiando em nossas bengalas tomaremos a iniciativa de encorajá-los comunicando a eles as nossas experiências. Nós somos idosos, devemos com sinceridade nos unir primeiramente para servirmos de exemplo para nossos filhos. Espero assim que os anciãos de Hanói façam um trabalho pioneiro com a organização da Associação da Salvação Nacional dos idosos, a fim de que os mais velhos de todo o país sigam essa idéia e contribuam para a conservação da nossa independência nacional.

Notas:
(1) Ma Fu Po, cujo nome real era Ma Yuan (14 a.C. - 49 d.C.), foi um dos mais famosos e celebrados generais da história chinesa. Durante a dinastia Han realizou inúmeras façanhas, sendo a mais famosa a subjugação das regiões de Nanman, território que hoje corresponde ao norte do Vietnã. (N.T.) (retornar ao texto)
(2) Ly Thuong Kiet foi um general que, durante a dinastia vietnamita Ly, repeliu duas gigantescas invasões dos chineses da Dinastia Sung. Ele tinha então 57 anos de idade. O general também compôs o poema Nam quôc so'n hà (Rios e montanhas da nação do sul), considerado a primeira declaração de independência do Vietnã. (N.T.) (retornar ao texto)

Crédito: Ho Chi Minh

Eclesiastes

TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; 
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mensagens só por hoje


Mensagens que ajudarão você a viver cada dia de sua vida sob a perspectiva da esperança, da alegria e da felicidade.
maos

1

Só por hoje procurarei ficar calmo diante de qualquer adversidade. O desespero não traz soluções. Desse modo, procurarei entregar minha vontade e meu destino aos cuidados do Pai.

2

Só por hoje vou procurar viver unicamente o dia presente, sem tentar resolver de uma vez só todos os problemas da minha vida. Durante doze horas posso fazer qualquer coisa que me assustaria se eu pensasse que teria de fazê-la por uma vida inteira.

3

Só por hoje vou estar feliz. A maior parte das pessoas é tão feliz quanto se dispõe a sê-lo.

4

Só por hoje vou tentar ajustar-me à realidade e não tentar adaptar tudo aos meus próprios desejos. Vou aceitar a minha sorte como ela vier e vou moldar-me a ela.

5

Só por hoje vou tentar fortalecer meu espírito. Estudarei e vou aprender alguma coisa útil. Não vou manter o meu espírito ocioso. Vou ler alguma coisa que exija esforço, pensamento e concentração.

6

Só por hoje vou exercitar a minha alma de três maneiras: vou fazer um favor a alguém sem que se note e, se alguém se aperceber disso, esse fato não conta. Vou fazer pelo menos duas coisas que não me apetecem, só por exercício. Não vou mostrar a ninguém meus sentimentos de dor. Poderei estar magoado mas não revelarei minha dor.

7

Só por hoje vou ser agradável. Vou apresentar-me aos outros da melhor maneira possível: vou vestir-me bem, falar baixo, agir delicadamente, não farei críticas, não vou ter nada de negativo que dizer, não vou tentar melhorar nem controlar ninguém, exceto a mim próprio.

8

Só por hoje vou ter um programa. Pode ser que eu não o siga a rigor mas vou tentar. Vou evitar duas pragas: a pressa e a indecisão.

9

Só por hoje vou ter uma meia hora tranquila só para descansar. Durante esta meia hora, num determinado momento, vou procurar ter uma perspectiva de minha vida.

10

Só por hoje não vou ter medo. Muito em especial não vou ter medo de apreciar a beleza e acreditar que aquilo que eu der ao mundo, o mundo me devolverá.

Crédito: Reporter.Net
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